top of page
  • Foto do escritorRochelle Affonso Marquetto

CID F90 – Transtornos Hipercinéticos: saiba o que é, quais as causas, sintomas e tratamentos


Transtornos Hipercinéticos

O CID F90 - Transtornos Hipercinéticos (TH) faz parte da Classificação Internacional de Doenças (CID), uma publicação da Organização Mundial de Saúde (OMS).


Os transtornos hipercinéticos são caracterizados principalmente pelo nível elevado e inapropriado de atividade, que pode ser física (hiperatividade) e/ou mental (impulsividade). Em geral, ele vem acompanhado da baixa capacidade de concentração.


De acordo com o CID-10, o diagnóstico de transtornos hipercinéticos requer que os sintomas de impulsividade e hiperatividade estejam presentes durante pelo menos seis meses no paciente.


Além disso, esses sintomas devem apresentar um grau de intensidade que não corresponda ao estágio de desenvolvimento do indivíduo e cause impacto direto em suas atividades sociais, acadêmicas ou profissionais.


Nesse artigo, vamos trazer um panorama detalhado sobre o assunto, entender mais sobre as causas, diagnóstico, tratamento e a relação do CID F90 com outros transtornos.


História e Evolução dos Transtornos Hipercinéticos


Somente no século XX a medicina começou a reconhecer e definir mais formalmente o que agora conhecemos como Transtorno Hipercinético.


A epidemia de encefalite letárgica nos anos 1920 e a gripe espanhola levaram ao reconhecimento de um estado pós-encefálico que se manifestava como problemas de comportamento em crianças, incluindo hiperatividade e impulsividade.


Posteriormente, durante a década de 1960, o termo "Reação Hipercinética da Infância" foi incluído no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-II) da Associação Americana de Psiquiatria (APA).


Este foi um passo importante no reconhecimento de que a hiperatividade e a impulsividade, quando presentes em um grau que impacta a vida diária, são sintomas de uma condição médica legítima.


A evolução na compreensão e classificação dos TH demonstra como nossa compreensão desses transtornos mudou e continua a mudar. À medida que a pesquisa avança, espera-se que nossa compreensão desses transtornos se torne ainda mais refinada, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.


Sintomas e Diagnóstico dos Transtornos Hipercinéticos


Os Transtornos Hipercinéticos (TH), conforme definidos pelo CID F90, são caracterizados por uma tríade de sintomas principais: inatenção, hiperatividade e impulsividade.


  • Inatenção: quem sofre com (TH) geralmente tem dificuldade para manter a concentração. É comum se distrair, ter problemas para entender instruções complexas e, pular de uma tarefa para outra sem finalizá-las. Essas pessoas podem parecer desatentas durante uma conversa e cometer erros por descuido em atividades escolares ou profissionais.

  • Hiperatividade: refere-se a um nível de atividade muito elevado para a idade da pessoa. Podemos citar a inquietação física, como não conseguir ficar quieto ou estar sempre se movimentando, falar demais ou sentir agitação interna.

  • Impulsividade: dificuldade em controlar seus impulsos, que geralmente resulta em ações precipitadas sem pensar nas consequências. Alguns dos sinais são as interrupções frequentes em conversas, dificuldade em esperar sua vez e a tomada de decisões apressadas.


Para um diagnóstico correto, os médicos utilizam critérios específicos, a fim de garantir que os sintomas não sejam apenas uma parte normal do desenvolvimento do paciente.



TH e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH):


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno Hipercinético (TH) são, frequentemente, utilizados quase que de forma intercambiável na literatura médica e psiquiátrica, o que pode gerar alguma confusão.


A principal razão para isso é que ambos os transtornos possuem sintomas semelhantes de inatenção, hiperatividade e impulsividade.

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, o TDAH é um transtorno que afeta cerca de 5% das crianças em idade escolar e 2,5% dos adultos.


A principal diferença entre os dois diagnósticos reside na abordagem diagnóstica. O CID-10 exige que todos os três sintomas principais (inatenção, hiperatividade e impulsividade) estejam presentes para um diagnóstico de TH, enquanto o DSM-5 permite um diagnóstico de TDAH mesmo se apenas alguns dos sintomas estiverem presentes.


O TDAH pode ser classificado em 3 tipos:

  • Predominantemente Inatento

  • Predominantemente Hiperativo-Impulsivo

  • O combinado de ambos (este último compartilhando semelhanças com o TH conforme definido pelo CID-10).

Nesse sentido, embora as diferenças possam parecer sutis, elas têm implicações importantes para o diagnóstico e o tratamento, portanto requerem atenção médica adequada e um plano de tratamento específico.


Impacto dos Transtornos Hipercinéticos na Qualidade de Vida


Pessoas com transtorno hipercinético podem desenvolver problemas em diversas áreas da vida, desde o desempenho acadêmico e profissional até relacionamentos pessoais.

  • Desempenho Escolar: Para crianças e adolescentes com TH, a falta de concentração contribui para uma média escolar abaixo da esperada. Já a impulsividade e hiperatividade podem resultar em comportamentos disruptivos, problemas nas relações com colegas e até questões disciplinares.

  • Relacionamentos: A impulsividade e a falta de controle também podem gerar comportamentos inapropriados e ações precipitadas que atrapalham as relações pessoais, tanto em crianças quanto em adultos.

  • Vida Profissional: Na fase adulta, os sintomas do TH podem atrapalhar a pessoa a manter um emprego ou progredir na carreira. A falta de atenção, organização e gestão do tempo, bem como a impulsividade, são fatores que podem levar a dificuldades em cumprir prazos, baixa produtividade e tensões no local de trabalho.

  • Bem-Estar Emocional: Além de tudo isso, quem é diagnosticado com transtorno hipercinético costuma apresentar uma maior incidência de problemas no campo mental, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Isso acontece como resultado dos problemas enfrentados na vida diária e das dificuldades de adaptação causadas pelos sintomas do TH.

Apesar disso, com o diagnóstico e tratamento adequados, os com TH podem levar uma vida feliz e bem sucedida.


Tratando e Vivendo com Transtornos Hipercinéticos de Forma Simples


Tratar um Transtorno Hipercinético (TH) exige várias estratégias. Aqui estão as principais:


  • Tratamento farmacológico: Medicamentos que estimulam o cérebro são comumente usados. Eles diminuem os sintomas como agitação excessiva, impulsos rápidos e falta de atenção. O médico precisa acompanhar de perto para ajustar a dose e garantir que o tratamento está funcionando e é seguro.

  • Terapia Comportamental: Um tipo de terapia que ajuda o paciente a aprender formas de controlar seus sintomas. Ela ensina a se organizar, a diminuir comportamentos problemáticos, a melhorar a forma como se relaciona com as pessoas e a gerenciar melhor situações de estresse.

  • Aprendizado para os Pais: É recomendado que pais de crianças com TH estudem sobre o assunto ou façam um treinamento específico para ajudar seus filhos a lidar melhor com comportamentos difíceis, melhorar a comunicação e incentivar seus pontos positivos.

  • Adaptações na Escola: Crianças e adolescentes com TH precisam de apoio especial na escola para conseguir aprender bem. É importante que eles tenham um ambiente de aprendizado organizado e apoio para completar as atividades.

  • Atividade Física: Praticar exercícios de forma regular é uma forma de diminuir a agitação e aumentar a capacidade de concentração.

Lembramos que o tratamento precisa ser feito de acordo com cada pessoa, levando em conta a idade, a intensidade dos sintomas e se o paciente apresenta outras doenças ou condições.


Enfim, viver com transtorno hipercinético (CID F90) é um desafio, mas com tratamento e apoio corretos, é possível ter uma vida mais produtiva e feliz.


Além disso, ressaltamos que, apesar dos desafios do transtorno, pessoas com TH podem ter capacidades notáveis ou talentos únicos.


Por exemplo, uma criança com TH também pode ser uma artista talentosa, um atleta dedicado, um estudioso da ciência ou um excelente líder de classe.

Quando essas habilidades são reconhecidas e bem orientadas - por exemplo, através da educação, terapia ou coaching - elas podem abrir caminhos para o sucesso em diversas áreas da vida, como na escola, no trabalho ou nos relacionamentos pessoais.


Resumindo, o TH é uma condição que precisa de um tratamento completo e feito sob medida. Com o diagnóstico correto e a combinação de tratamentos adequada, é possível controlar bem os sintomas do TH e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.


Para mais conteúdos como esse, visite nosso blog e acompanhe tudo que postamos por lá.




998 visualizações0 comentário

Comments


botao-falar-pelo-whatsapp-500x.png
bottom of page