Você já se perguntou como o seu cérebro envia mensagens para o resto do seu corpo? A resposta está nos neurotransmissores.
Mas o que são exatamente esses mensageiros químicos e por que são tão importantes?
Vamos descobrir juntos?
Descoberta dos neurotransmissores
A descoberta dos neurotransmissores por Julius Axelrod na década de 1960 foi um evento fundamental para o desenvolvimento da neurociência, originando a chamada "revolução silenciosa" na psiquiatria.
Axelrod recebeu o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1970 por suas pesquisas sobre os mecanismos que regulam a formação e a recaptação de neurotransmissores.
Mensageiros do cérebro
Os neurotransmissores são substâncias químicas que os neurônios (células do cérebro) usam para se comunicar entre si e com outras partes do corpo. Pense que seu cérebro é uma grande central de correios e os neurotransmissores são as cartas enviadas de uma célula para outra.
Cada mensagem carrega instruções específicas que podem afetar tudo, desde seus sentimentos até seus movimentos.
Como eles funcionam?
Todo processo de comunicação começa quando um neurônio envia um sinal elétrico.
Quando esse sinal chega ao fim da célula, ele desencadeia a liberação de neurotransmissores em uma pequena lacuna entre os neurônios, chamada sinapse.
Esses neurotransmissores atravessam a sinapse e se ligam a receptores no neurônio vizinho, passando a mensagem adiante.
É como uma corrida de revezamento, onde o bastão (a mensagem) é passado de corredor para corredor (neurônio para neurônio).
A influência dos neurotransmissores no desempenho de jovens e crianças em matemática
Pesquisadores da Universidade de Oxford descobriram que dois neurotransmissores estão relacionados à habilidade em matemática, o glutamato e o GABA.
Em crianças, níveis mais altos de GABA e mais baixos de glutamato contribuem para o bom desempenho em matemática.
Já nos jovens, é o contrário: níveis mais baixos de GABA e mais altos de glutamato estão ligados a um melhor resultado nessa disciplina.
O que são neurotransmissores excitatórios e inibitórios
Neurotransmissores excitatórios, basicamente, têm a função de estimular os neurônios a enviar sinais. Eles aumentam a probabilidade de que o neurônio receptor gere um impulso elétrico e propague a mensagem adiante.
Já os neurotransmissores inibitórios têm o papel de reduzir a atividade dos neurônios, impedindo que eles enviem sinais. Eles ajudam a manter o equilíbrio no cérebro, evitando a superexcitação.
Equilíbrio entre excitação e inibição
Exemplo Prático
Imagine que você está se preparando para uma apresentação importante.
Durante o estudo, o glutamato, um neurotransmissor excitatório, é liberado para facilitar a absorção e memorização das informações.
Na noite anterior à apresentação, você pode ter dificuldade para dormir devido à ansiedade.
É nesse momento que o GABA, um neurotransmissor inibitório, entra em ação para acalmar o cérebro e reduzir a atividade excessiva dos neurônios. Assim, você consegue relaxar e dormir melhor.
Com esse exemplo, é possível perceber que o funcionamento saudável do cérebro depende do equilíbrio entre neurotransmissores excitatórios e inibitórios.
Quando esse equilíbrio é perturbado, pode levar a problemas como estresse, depressão, epilepsia e outros distúrbios neurológicos.
Como manter esse equilíbrio no dia a dia?
Atividade física: Exercícios ajudam a regular a liberação de neurotransmissores na medida certa.
Alimentação balanceada: Bons nutrientes ajudam na produção de neurotransmissores.
Sono adequado: Dormir bem e em quantidade suficiente de horas é indispensável para a produção e regulação desses químicos.
Quais funções corporais os neurotransmissores ajudam a controlar?
Pensamentos
Memória
aprendizagem
Sono
Cura
Envelhecimento.
Batimento cardíaco e pressão arterial.
Respiração.
Movimentos musculares.
Resposta ao estresse.
Regulação hormonal.
Digestão, sensação de fome e sede.
Sentidos (resposta ao que você vê, ouve, sente, toca e saboreia).
Tipos de neurotransmissores
Existem muitos tipos de neurotransmissores, cada um com funções específicas.
Aqui estão alguns dos mais conhecidos:
Dopamina: Está associada ao prazer e à recompensa. Ela é fundamental para produzir sentimos de prazer e satisfação.
Serotonina: Ela afeta o humor, o apetite e o sono. Níveis baixos de serotonina estão ligados à depressão.
Acetilcolina: É envolvida na ativação muscular e na memória, um neurotransmissor essencial para aprender e lembrar.
GABA (ácido gama-aminobutírico): Ele atua como um freio no sistema nervoso, pois ajuda a reduzir a ansiedade e nos deixa mais calmos.
Norepinefrina: Relacionada à resposta de luta ou fuga. Ela prepara o corpo para situações de estresse.
Glutamato: Principal neurotransmissor excitatório, vital para o aprendizado e memória.
Endorfina: Atua como analgésico natural, pois reduz a percepção da dor e dá uma sensação de bem-estar.
Histamina: Envolvida na resposta alérgica, regulação do sono e controle do apetite.
Glicina: Atua como neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central, especialmente na medula espinhal.
Aspartato: Funciona como neurotransmissor excitatório, semelhante ao glutamato.
Substância P: Envolvida na transmissão de sinais de dor no sistema nervoso.
Óxido Nítrico: Atua como neurotransmissor e vasodilatador, ajudando na regulação do fluxo sanguíneo.
Neuropeptídeo Y (NPY): Regula o apetite, ansiedade e resposta ao estresse.
Relação entre transtornos mentais e desequilíbrio nos neurotransmissores
Depressão:
Neurotransmissor envolvido: Serotonina
Relação: Níveis baixos de serotonina estão associados a sintomas de depressão, como tristeza, perda de interesse em atividades e alterações no sono e apetite.
Ansiedade Generalizada
Neurotransmissor envolvido: GABA (Ácido gama-aminobutírico)
Relação: A redução dos níveis de GABA pode levar a uma atividade neuronal excessiva, que resulta em nervosismo e preocupação constante.
Doença de Parkinson:
Neurotransmissor envolvido: Dopamina
Relação: A degeneração das células que produzem dopamina no cérebro causa sintomas motores como tremores, rigidez e lentidão de movimentos.
Alzheimer:
Neurotransmissor envolvido: Acetilcolina
Relação: A redução da acetilcolina, que é essencial para a memória e aprendizagem, está ligada ao declínio cognitivo observado nos pacientes com Alzheimer.
Transtorno Bipolar:
Neurotransmissor envolvido: Dopamina, serotonina e noradrenalina
Relação: Flutuações anormais nos níveis desses neurotransmissores podem desencadear episódios de mania e depressão.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):
Neurotransmissor envolvido: Dopamina e noradrenalina
Relação: Problemas na regulação desses neurotransmissores afetam a atenção, o controle de impulsos e a hiperatividade.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC):
Neurotransmissor envolvido: Serotonina
Relação: Disfunções nos níveis de serotonina estão relacionadas aos comportamentos repetitivos e obsessivos característicos do TOC.
Fibromialgia:
Neurotransmissor envolvido: Substância P, serotonina e noradrenalina
Relação: Alterações nos níveis desses neurotransmissores contribuem para a percepção aumentada da dor, fadiga e problemas de sono.
Essas doenças mostram que o desequilíbrio em nossos neurotransmissores pode resultar em diversas condições de saúde.
Conclusão
Agora que você sabe o que são neurotransmissores, entende que sem eles a comunicação entre as células do nosso cérebro e o resto do corpo seria impossível.
Então, da próxima vez que você sentir felicidade, excitação ou até mesmo calma, lembre-se de agradecer a esses pequenos mensageiros pelo cuidado de fazer tudo isso acontecer. E falando em cuidados, você sabia que a psicoterapia pode ser uma excelente forma de manter esses neurotransmissores em equilíbrio?
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