Você tem dificuldade em concentrar-se apenas em uma coisa? O mindfulness trata basicamente sobre isso.
Atenção plena é uma palavra que pode sintetizar o método. Estar conectado e atento ao que acontece ao redor e ao que você faz, pode parecer simples, mas na verdade não é.
Na maior parte das vezes perdemos o contato com o assunto em questão, ficamos divagando em outros pensamentos e preocupados excessivamente com o futuro.
O mindfulness é a abordagem que busca aumentar a consciência e a compreensão das emoções, pensamentos e sensações do corpo, com foco na atenção consciente.
Atualmente, essa técnica está sendo amplamente utilizada para ajudar a reduzir o estresse e melhorar a saúde mental e a satisfação com a vida.
Se você nunca ouviu falar sobre a prática e quer saber melhor o que é mindfulness, continue a leitura desse artigo.
Afinal, o que é mindfulness e como essa técnica pode ajudar sua saúde mental?
Mindfulness é uma prática secular de atenção plena que tem como objetivo nos tornar mais consciente sobre o momento presente.
Em muitos casos, habitar no passado ou se projetar constantemente no futuro pode levar a pensamentos que causam angústia ansiedade e mal-estar.
A intenção por trás da técnica é desacelerar seus pensamentos e trazer uma perspectiva mais clara sobre o presente, intensificando estímulos sensoriais, como perceber sua respiração e prestar atenção aos sinais do corpo.
Relação entre mindfulness e atenção plena
Atenção plena trata-se basicamente de “estar no aqui e agora”. O termo surgiu na tradição budista. No entanto, na década de 70 o professor de medicina Jon Kabat-Zinn desenvolveu um programa de mindfulness, que incorpora os princípios de concentração completa para ajudar as pessoas a lidar com o estresse e outros problemas de saúde.
Pode-se afirmar que manter o foco no momento presente é algo natural do ser humano. No entanto, com a correria e as preocupações do dia a dia, muitos não conseguem se conectar com o presente, por estarem excessivamente reativos ou sobrecarregados.
De acordo com artigo da PUC-Rio, cientistas da Universidade de Havard descobriram que a atenção plena aumenta a habilidade de regular o ritmo alfa, uma onda cerebral que permite evitar distrações. Além disso, outros estudos mostram uma relação benéfica entre a prática de mindfulness para pessoas com doenças crônicas, como câncer, depressão, psoríase, sobrepeso, fibromialgia, dentre outras condições.
Quais os tipos de prática de mindfulness
Como visto, embora a atenção plena seja uma qualidade inata, muitas vezes é preciso praticar. Assim, por mais que seja algo intrínseco, muitos não conseguem acessar a atenção plena. Nesse caso, existem exercícios que podem ajudar você a estar intencionalmente no agora e promover seu bem-estar. Veja a lista a seguir:
Meditação guiada: oferece uma estrutura com orientação que pode ser feita em casa, por meio de aplicativos de meditação ou em sessões presenciais com um instrutor qualificado.
Pausas durante o dia: é necessário fazer pausas para observar seus sentidos durante o dia. No intervalo para o almoço, por exemplo, aproveite para caminhar ou apenas sentar-se em silêncio por alguns minutos. Busque um lugar para tomar sol e comece a praticar atividades de forma consciente, como escovar os dentes ou lavar as mãos.
Exercite a respiração: pare e preste atenção à sua respiração. Sinta o ar entrando e saindo de seus pulmões e permita, por alguns instantes, que sua mente se concentre apenas na sua respiração.
Caminhada consciente: escolha um local tranquilo e preste atenção aos seus passos e ao ambiente à sua volta. Mantenha sua atenção no momento presente e evite se distrair com pensamentos ou preocupações. Você descobrirá que esse exercício é uma ótima forma de cultivar a presença mental e reduzir o estresse.
Conscientização sensorial: é fundamental manter a consciência sobre suas sensações corporais. Ao longo do dia, preste atenção na tensão dos músculos, barulhos, cheiros e sabores das comidas.
Praticar a gratidão: um ótimo exercício é separar um diário e anotar as coisas pelas quais você é agradecido. Desde algo extraordinário, ou até mesmo coisas que passam batido no seu dia a dia, como ter saúde, ou contemplar um belo pôr do sol.
Acolha suas emoções: Observe suas emoções e procure entender como e por que elas aparecem. Talvez um sentimento cresça a partir de um pensamento. Repouse sua atenção nessas sensações. Seja gentil e amigável consigo mesmo e aceite seus momentos de tristeza e angústia. Ignorar ou negar esses sentimentos, tende a intensificar o sofrimento emocional. Portanto, praticar o mindfulness requer que você esteja presente e acolha tanto os sentimentos positivos, quanto os negativos.
Os benefícios comprovados do mindfulness
Inúmeras pesquisas mostram resultados promissores com a prática do mindfulness. Uma análise estatística realizada pela Universidade John Hopkins, encontrou evidências de redução da ansiedade e depressão em pessoas que utilizavam a técnica.
Além disso, a própria neurociência indica que com ao exercitar o mindfulness acontecem reações cerebrais, que ajudam a reduzir o estresse, melhorar a capacidade de atenção e até mesmo a função imunológica. Isso ocorre, pois há um aumento na atividade nas células imunes e nos reguladores do sistema imunológico.
Outro benefício comprovado sobre a técnica, é que ela retarda o envelhecimento cerebral. De acordo com uma linha de pesquisa desenvolvida pela neurocientista Sara Lazar, do Hospital de Massachusetts e da Escola de Medicina da Universidade Havard (EUA), os praticantes do mindfulness com 50 anos apresentaram uma estrutura cerebral semelhante a pessoas de 25 anos.
Mindfulness e autoconhecimento – qual a relação?
Mindfulness e autoconhecimento são conceitos interligados. Isso, pois, a meditação através do mindfulness envolve compreender melhor a si mesmo, incluindo suas emoções e padrões de comportamento. Já o autoconhecimento pode ser entendido como o processo de perceber suas crenças, forças e fraquezas.
Desse modo, o mindfulness pode ser usado como ferramenta de autoconhecimento, pois te permite ter uma compreensão mais profunda sobre si mesmo. Além disso, a prática regular de mindfulness pode ajudar a reduzir a autocrítica e aumentar a autocompaixão, o que é fundamental se você quer desenvolver uma relação saudável consigo mesmo.
Agora que você já sabe o que é mindfulness, que tal incluir os benefícios dessa técnica na sua rotina?
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