Bullying na escola é um problema social que inclui atitudes agressivas, intencionais e repetidas, sem motivação evidente, impostas contra a vítima.
Ocorre quando alguém ou um grupo de pessoas praticam repetidamente atos como bater, xingar, humilhar ou intimidar alguém. Isso geralmente acontece na escola.
Geralmente, o bullying é executado dentro de uma relação desigual de poder, envolvendo vítimas, agressores e, algumas vezes, testemunhas.
De acordo com o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, aproximadamente 38% das escolas brasileiras relataram enfrentar problemas com bullying em 2021.
O tema é importante e merece ser abordado com atenção. Portanto, a seguir, explicaremos o que é bullying na escola, quais as consequências para a comunidade escolar e para o aluno e como resolver quando acontece.
Leia também: O que é Cyberbullying e quais suas consequências
O que é bullying na escola?
O termo “bullying” vem da palavra inglesa “bully”, que significa “valentão” em português. Trata-se de fenômeno perigoso que envolve violência física, psicológica ou verbal repetida contra a vítima.
As razões pelas quais alguém pratica bullying na escola são complexas e variadas. Veja alguns fatores que contribuem para a prática do bullying:
Desequilíbrio de poder: ter como alvo os mais fracos ou diferentes, e usar a agressão para afirmar o seu domínio e controle sobre a vítima.
Falta de empatia: não ter a capacidade de compreender e respeitar os sentimentos e perspectivas dos outros, o que leva comportamentos insensíveis ou ofensivos.
Influência: ser influenciado por amigos para se envolver em comportamentos agressivos, quer para se enquadrar num grupo, quer para ganhar estatuto social.
Questões pessoais: traumas familiares, baixa autoestima ou transtornos de saúde mental, contribuem para o comportamento agressivo.
Falta de supervisão: supervisão e monitoramento inadequados nas escolas e a falta de atenção dos pais e responsáveis podem criar oportunidades para a ocorrência de bullying.
Como identificar se seu filho sobre bullying na escola?
A organização Internacional Bullying Sin Fronteras realizou um estudo global sobre bullying, que incluiu o Brasil. O estudo constatou que o Brasil ocupa o 4º lugar no mundo em termos de casos de bullying, com um total de 66.500 casos.
Por isso, é tão importante que pais, professores e autoridades fiquem atentos se uma criança está sofrendo bullyng na escola.
Para identificar se seu filho está sendo vítima, vários sinais que podem ser observados.
Primeiro, preste atenção a quaisquer mudanças repentinas no comportamento do seu filho, como:
Medo de ir à escola ou fazer outras atividades
Estar sempre ansioso ou com medo
Apresentar baixa autoestima
Queixa-se de mal-estar constante (dores de cabeça e de estômago)
Ter baixo desempenho na escola
Perde coisas, precisa de dinheiro, relata estar com fome depois da escola
Lesões, hematomas, roupas ou artigos danificados
Ameaças de machucar a si mesmo ou a outros
Solitário e isolado e ter poucos amigos na escola ou vizinhança
Facilmente frustrado e com raiva rápida
Não reconhece o impacto do seu comportamento
A criança apresenta dificuldade em resistir à pressão de colegas
Esteja atento a quaisquer sintomas e às conversas do seu filho, observando sempre suas interações com outras pessoas, tanto pessoalmente como online, para identificar quaisquer potenciais comportamentos de bullying.
O que a lei fala sobre bullying na escola?
A Lei nº 13.185/2015, ou Lei Antibullying, representa um marco importante na proteção de estudantes contra a intimidação sistemática nas escolas brasileiras. Ela foi criada para garantir que as escolas adotem medidas de conscientização, prevenção e combate a esses atos.
O objetivo é promover um ambiente escolar seguro, onde o respeito, a diversidade e a não violência prevaleçam.
Segundo pesquisas do IBGE, a situação é alarmante: mais de 40% dos adolescentes já foram vítimas de bullying, e cerca de 13,2% se sentiram ameaçados online.
Por isso, as escolas são incentivadas a criar programas que fomentem a cultura da paz e a convivência harmoniosa, garantindo um espaço de aprendizagem e respeito entre todos.
A Lei Antibullying é um chamado à ação para educadores, pais e alunos trabalharem juntos na construção de um ambiente escolar acolhedor e inclusivo.
Quais as consequências do bullying na escola?
O bullying pode ter consequências graves para a saúde física e mental das vítimas. Vamos conversar um pouco sobre como isso afeta a vida dos estudantes:
Notas baixas e faltas: as notas caem, pois fica difícil se concentrar nos estudos quando você está preocupado com o bullying.
Tristeza e ansiedade: pode causar depressão, ansiedade, baixa autoestima e até pensamentos suicidas
Saúde física: lesões físicas, como hematomas, cortes e arranhões. Em situações graves, pode trazer ferimentos mais sérios.
Isolamento social: sentimentos de solidão, dificuldade de fazer amigos, como se não houvesse ninguém para se apoiar ou com quem conversar.
Perdendo de confiança: o bullying pode fazer com que alguém duvide de suas próprias qualidades e se feche para novas amizades e oportunidades.
Medo constante: o medo de ser o próximo alvo e ficar sempre em alerta, faz com que a escola se torne um lugar assustador, em vez de um espaço para aprender e crescer.
Ficar na defensiva: Às vezes, quem sofre bullying pode começar a agir de forma agressiva, como um jeito de se proteger ou de lidar com a dor.
Como prevenir e resolver o problema?
Para prevenir e combater o bullying nas escolas, é essencial compreender as causas e implementar soluções adequadas.
Algumas estratégias para prevenção e combate podem incluir a promoção da aprendizagem socioemocional, o fortalecimento das relações entre os colegas, o apoio às vítimas e o comprometimento dos pais e de toda escola.
É importante lembrar que isso deve ser um esforço coletivo entre a administração escolar, professores, pais e alunos.
Ações que as escolas devem tomar:
Promova a conscientização: Realize atividades educativas sobre o bullying e destaque suas consequências.
Crie um código de conduta: Estabeleça regras claras de comportamento e respeito mútuo dentro da escola.
Treinamento para professores: Capacite os educadores para identificar sinais de bullying e intervir efetivamente.
Canais de comunicação seguros: Forneça meios para que alunos possam relatar o bullying anonimamente.
Promova a inclusão: incentive atividades que fortaleçam a empatia e o trabalho em equipe entre os alunos.
Vigilância ativa: Monitore áreas da escola onde o bullying é mais propenso a acontecer, como pátios e corredores.
Reuniões com os pais: Mantenha os pais informados sobre políticas antibullying e como eles podem colaborar.
Apoio às vítimas: Ofereça suporte emocional e psicológico aos alunos afetados pelo bullying.
Responsabilização: Aplique consequências adequadas para quem pratica bullying, enfatizando a reeducação.
Cultura Escolar Positiva: Trabalhe para criar um ambiente escolar acolhedor, onde todos se sintam valorizados e seguros.
Ações que os pais e responsáveis devem tomar:
Converse abertamente: Incentive seu filho a falar sobre o dia a dia na escola e seus sentimentos.
Ensine empatia: Mostre a importância de se colocar no lugar do outro e respeitar as diferenças.
Observe mudanças: Fique atento a alterações no comportamento, humor ou desempenho escolar.
Promova a autoconfiança: Ajude seu filho a desenvolver autoestima e confiança em si mesmo.
Estabeleça parceria com a escola: Mantenha comunicação constante com professores e coordenação sobre o ambiente escolar.
Defina limites para o uso da internet: Monitore o uso de redes sociais e converse sobre cyberbullying.
Ensine estratégias de defesa: Discuta maneiras seguras de se defender e quando é hora de buscar ajuda.
Incentive atividades extracurriculares: Apoie hobbies e interesses que fortaleçam suas habilidades sociais e de liderança.
Mostre que está ao lado dele: Garanta que seu filho saiba que tem seu apoio incondicional.
Busque ajuda profissional se necessário: Não hesite em procurar apoio de psicólogos ou conselheiros escolares.
Conclusão
Superar o bullying na escola é um caminho que ninguém deveria percorrer sozinho.
Se você ou alguém que conhece está lutando contra as marcas deixadas pelo bullying, lembre-se: a psicoterapia é uma poderosa ferramenta para a cura.
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