Quando alguém recebe um diagnóstico, a primeira pergunta que surge à mente é: borderline tem cura?
Primeiro, é preciso entender que esse transtorno é caracterizado por um padrão forte e persistente em pelo menos 3 áreas:
relações interpessoais
autoimagem e
afetos.
Além disso, esse é um distúrbio marcado pela impulsividade e a taxa de suicídio entre pessoas com o distúrbio pode chegar a 10% no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Agora, voltando à pergunta, a resposta é: não, o transtorno não tem uma cura definitiva. Mas calma, isso não significa que a situação seja irreversível ou que não haja esperança.
Com o tratamento adequado, muitas pessoas conseguem controlar os sintomas e vivem uma vida tranquila e equilibrada.
Vamos falar mais sobre esse transtorno? Acompanhe!
O que é transtorno de personalidade borderline?
O borderline geralmente se desenvolve na adolescência ou início da vida adulta e é mais comum em mulheres.
Já o diagnóstico deve ser feito pelo psiquiatra ou psicólogo com base em avaliação clínica e preenchimento de critérios específicos. Apesar de ser um transtorno grave, com tratamento adequado, a maioria das pessoas consegue perceber grande melhora nos sintomas e, especialmente, na qualidade de vida.
Sintomas e comportamentos comuns em pessoas com borderline
Vamos entender um pouco mais sobre o que é viver com borderline? A seguir, listamos alguns sintomas que costumam aparecer:
Medo de abandono: Pessoas com borderline possuem muito medo de serem deixadas sozinhas ou rejeitadas. Isso pode acontecer até em situações simples, como quando alguém precisa se afastar por um tempo.
Relacionamentos instáveis: É comum que as relações sejam muito intensas e mudem de uma hora para outra. A pessoa pode, num momento, ver alguém como incrível e, no próximo, sentir que essa pessoa não vale nada.
Dificuldade com a autoimagem: Quem tem borderline pode ter dificuldade em manter uma visão estável de si mesmo e muda muito de interesses e até de carreira.
Impulsividade: Muitas vezes, as pessoas com esse distúrbio tomam decisões impulsivas que podem ser prejudiciais, geralmente relacionadas a compras, alimentação excessiva, álcool, drogas e sexo.
Comportamentos autodestrutivos: Infelizmente, ameaças e tentativas de suicídio ou atos de se machucar também são comuns e refletem a forte dor emocional que sentem.
Mudanças de humor: Mudanças rápidas de humor, como ficar muito feliz e logo depois muito triste, sem uma razão clara.
Sentimento de vazio: É comum que essas pessoas tentem preencher esse vazio com relacionamentos conturbados e às vezes prejudiciais, comportamentos impulsivos e até vícios.
Explosões de Raiva: acessos de raiva que parecem exagerados para quem está por perto. Gritos e agressões podem surgir de repente, por motivos que os outros achariam sem importância.
Desconfiança e Paranoia: podem acreditar que estão sendo traídas ou que que há alguém conspirando contra elas, mesmo sem motivo real. Essa desconfiança pode fazer com que se afastem de amigos e familiares, o que só aumenta a sensação de solidão e piora ainda mais esses pensamentos.
Esses comportamentos mostram o quanto é difícil viver com o distúrbio e até mesmo conviver com quem tem o distúrbio e não faz o tratamento adequado.
Por isso, é fundamental que essas pessoas tenham ajuda de amigos e familiares e busquem suporte profissional.
O que o dsm-5 fala sobre o borderline?
O DSM-5, um manual usado por médicos para diagnosticar transtornos mentais, descreve o transtorno como algo que afeta cerca de 1,6% da população em geral, mas esse número pode chegar a 20% em ambientes psiquiátricos.
O manual também destaca que pessoas com esse transtorno possuem uma percepção de identidade extremamente instável e perturbada.
Por esse motivo, quem sofre de borderline pode ficar mudando suas metas, valores e até suas aspirações profissionais.
Além disso, em alguns casos, há sintomas dissociativos tão graves que a pessoa pode se sentir desligada da realidade, como se estivesse fora do próprio corpo ou como se o mundo ao redor não fosse real.
Outros comportamentos comuns de quem tem borderline
Comunicação intensa: Enviar várias mensagens seguidas se a outra pessoa demora para responder e ficar com medo de estar sendo ignorado.
Oscilação rápida de humor: Ficar extremamente feliz e, em questão de horas, profundamente triste ou irritado sem um motivo aparente.
Desvalorização de relações: Romper relações de maneira abrupta após um simples conflito, muitas vezes de forma irreversível.
Autoimagem flutuante: Sentir-se super autoconfiante e capaz num dia e, no dia seguinte, acreditar que não é bom o suficiente para qualquer coisa.
Ações impulsivas: Fazer compras caras ou tomar decisões impulsivas sem pensar nas consequências a longo prazo.
Esses exemplos práticos ajudam a mostrar como o borderline se manifesta no dia a dia e a complexidade dos sintomas.
Diagnóstico do borderline
Muitas vezes, quem tem borderline pode sofrer com o seguinte julgamento devido aos sintomas:
“Ser visto como dramático, manipulador ou difícil de lidar”.
O transtorno também costuma aparecer junto com outros problemas, como depressão, ansiedade e transtornos alimentares, o que pode tornar o tratamento ainda mais difícil.
Infelizmente, muitas vezes ele é diagnosticado de forma errada ou pior: não é identificado.
Isso, porque seus sintomas são parecidos com os de outras doenças, como bipolaridade e esquizofrenia.
Para garantir o diagnóstico correto, também é importante fazer exames clínicos para excluir outras doenças. Assim, é possível oferecer o tratamento correto e melhorar a qualidade de vida de quem efetivamente possui esse distúrbio.
Fatores de risco para borderline
O transtorno de personalidade borderline não tem uma causa única e clara, mas especialistas acreditam que uma combinação de fatores pode contribuir para o seu desenvolvimento.
Vejamos:
Experiências Traumáticas na Infância
Muitas pessoas relatam passar por situações traumáticas durante a infância, como abuso físico, emocional, sexual, negligência ou perda precoce de um cuidador.
Essas experiências tendem a influenciar e marcar as emoções e ajudar no desenvolvimento do problema.
Fatores genéticos
Existe uma forte indicação de que o transtorno pode ser herdado. Se alguém na sua família possui borderline ou outros transtornos mentais, há uma chance maior de você também desenvolver. Isso sugere que os genes são importantes, embora não sejam o único fator.
Alterações no cérebro
Estudos mostram que pessoas com borderline podem apresentar diferenças em partes do cérebro que controlam as emoções e impulsos.
Essas diferenças dificultam no autocontrole das emoções e comportamentos.
Ambiente invalidador
Crescer em um ambiente onde suas emoções não são reconhecidas ou valorizadas também aumenta os riscos.
Por exemplo, se uma criança sente que suas emoções são ignoradas ou ridicularizadas, ela terá grandes chances de desenvolver esse ou outros distúrbios emocionais.
Conclusão
Borderline tem cura? Embora não exista uma cura definitiva, como vimos, é possível alcançar uma vida mais equilibrada e feliz com o tratamento certo.
Buscar ajuda, seja por meio de psicoterapia, medicação ou pequenas mudanças no dia a dia, é sempre a melhor escolha.
Lembre-se: não há vergonha em procurar apoio. Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo, e você merece se sentir bem!
Quer melhorar sua saúde mental e encontrar caminhos para viver uma vida mais plena?
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