A Síndrome de Borderline, também conhecida como Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), é um transtorno mental grave que afeta o humor de uma pessoa.
Ele causa forte variação de emoções e dificuldades nas interações pessoais.
Essa síndrome também pode ser chamada de Transtorno de Personalidade Limítrofe, pois se refere à instabilidade nas áreas emocionais, de comportamento e de relacionamento.
Segundo estudos o transtorno afeta ente 1% a 2% da população geral sendo mais comum em mulheres.
Isso significa que aproximadamente 160 milhões de pessoas em todo o mundo estão sofrendo com essa realidade nesse exato momento.
Neste artigo, vamos explicar de maneira simples e compreensível o que é Borderline, quais são os sintomas, as possíveis causas e como é feito o tratamento.
Acompanhe!
O que é Borderline?
Uma pessoa com Borderline pode apresentar sério descontrole emocional e ter problemas em várias áreas da vida, como no trabalho, nos relacionamentos e na autoimagem.
Elas não conseguem controlar as emoções devido a uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos.
A interação entre predisposição genética e traumas vividos na vida pessoal pode desencadear e agravar os sintomas.
Assim, acabam agindo de forma impulsiva, como gastando dinheiro de forma descontrolada, tendo explosões de raiva ou iniciando relações amorosas conturbadas e instáveis.
Os 9 sintomas do Borderline
Existem nove sintomas principais que ajudam a identificar o Transtorno de Personalidade Borderline.
Uma pessoa com TPB pode não apresentar todos, mas ter pelo menos cinco desses sintomas é indício para o diagnóstico:
Forte medo do abandono: Esforço desesperado para evitar abandono real ou imaginário.
Relacionamentos instáveis: Relacionamentos curtos, alternando entre idealizar e desvalorizar os outros.
Autoimagem distorcia: Visão instável de si que pode variar rápido levando a baixa autoestima e a comportamentos autodestrutivos.
Comportamentos impulsivos: Comer compulsivamente, sexo desprotegido, abuso de substâncias, dirigir de forma imprudente, etc.
Comportamentos suicidas: Ameaças ou gestos suicidas, ou automutilação.
Mudanças bruscas de humor: Alterações rápidas entre felicidade extrema e depressão ou irritabilidade.
Sentimentos de Vazio: Sentimento crônico de vazio ou tédio.
Raiva excessiva: Raiva forte e inadequada, dificuldade em controlá-la.
Desconfiança e dissociação: Sentimentos de paranoia ou sintomas dissociativos, como sentir-se desligado de si mesmo.
Segundo o MSD Manuals, o Borderline também pode coexistir com outros transtornos, como depressão, ansiedade e transtornos por uso de substâncias.
Alterações no cérebro
Pessoas com Borderline podem sofrer mudanças específicas nos circuitos cerebrais.
Em alguns casos há aumento da atividade na amígdala, responsável pelas sensações de medo, e inibição prejudicada do córtex pré-frontal, que modera a interação social e a resposta emocional.
Tipos de Borderline
Existem quatro tipos principais de Transtorno de Personalidade Borderline, categorizados com base nos padrões de comportamento e emoções mais comuns:
Borderline Impulsivo: Predominância de comportamentos impulsivos e autodestrutivos, como fazer compras compulsivas ou se envolver em situações perigosas.
Borderline Petulante: Comportamento ressentido, irritado e teimoso. Muitos com forte sentimento de incompreensão e reações agressivas quando contrariados.
Borderline Tristemente Afetado: Predomínio de sintomas depressivos, vazio emocional e falta de esperança.
Borderline Volátil: Oscilações frenéticas de humor e emoções, passando rapidamente de sentimentos de alegria para tristeza ou raiva.
Automutilação e Borderline
A automutilação é um comportamento autodestrutivo e que precisa ser levado muito a sério. Essa ação, muitas vezes, é uma maneira de expressar a dor emocional que o borderline sente por dentro ou de tentar se sentir melhor temporariamente.
É uma reação impulsiva que oferece alívio momentâneo e não uma tentativa de chamar atenção.
Em muitos casos, as pessoas que se automutilam fazem isso em segredo, sentindo vergonha ou culpa, e não buscam a validação ou a atenção dos outros. Portanto, é fundamental entender que esse comportamento é um sinal de sofrimento profundo e necessita de apoio e tratamento adequado.
Borderlines são perigosos?
Embora algumas pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline possam agir de forma impulsiva e perigosa, principalmente contra si mesmas, é importante lembrar que isso não significa que elas são automaticamente perigosas para os outros.
Quando o Borderline pode ser perigoso:
Machucar a si mesmo: Pessoas com TPB às vezes se machucam fisicamente para lidar com a dor emocional. Elas podem cortar-se, queimar-se ou bater em si mesmas.
Tentativas de suicídio: Em momentos de crise emocional, a impulsividade e a desesperança podem levar a tentativas de suicídio.
Dirigir perigosamente: Algumas pessoas podem dirigir de forma imprudente e colocar a vida delas e de outras em risco.
Abusar de álcool e drogas: O uso excessivo de álcool ou drogas pode levar a comportamentos arriscados e perigosos, como overdoses.
Explosões de raiva: Episódios de raiva intensa costumam resultar em brigas e comportamentos agressivos, o que é perigoso para quem está por perto.
Comportamento sexual de risco: Envolver-se em sexo casual e sem proteção pode resultar em doenças sexualmente transmissíveis ou situações arriscadas com pessoas desconhecidas.
Roubo e comportamentos ilegais: A impulsividade pode levar a comportamentos ilegais, como roubar, o que pode causar problemas legais.
Relacionamentos conturbados: A instabilidade emocional pode causar relacionamentos abusivos e tóxicos, onde tanto a pessoa com TPB quanto o parceiro podem sofrer danos emocionais e físicos.
Apesar desses riscos, é muito importante dar apoio e tratamento adequados às pessoas com TPB. Terapia, apoio de amigos e familiares e um ambiente compreensivo podem fazer uma grande diferença na gestão dos sintomas e na redução dos comportamentos perigosos.
Tratamento para Borderline
Terapia Dialética Comportamental: Focada em ensinar a regulação emocional e técnicas de enfrentamento.
Terapia Cognitivo-Comportamental: Ajuda a modificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais.
Medicação: Pode ser usada para tratar sintomas específicos, como depressão ou ansiedade.
Grupos de Apoio: São um espaço seguro para compartilhar experiências e técnicas de superação.
Fatores de Risco
É importante conhecer os fatores de risco para entender melhor quem pode estar mais propenso a desenvolver esse transtorno e ajudar de maneira preventiva.
Fatores Genéticos
Se alguém na sua família próxima, como pais ou irmãos, tem o transtorno, as chances de você desenvolvê-lo também aumentam. Isso sugere que o Borderline pode ser parcialmente hereditário.
Fatores Ambientais
O ambiente em que uma pessoa cresce e vive também tem um grande impacto no desenvolvimento do transtorno. Experiências traumáticas, como abuso físico, a negligência e a instabilidade familiar durante a infância aumentam os riscos.
Fatores Psicológicos
Pessoas que têm outros problemas como depressão, ansiedade ou transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), costumam estar mais propensas a desenvolver Borderline.
Fatores Biológicos
Há evidências que sugerem que anomalias na estrutura e na função do cérebro podem estar associadas ao Borderline. Áreas do cérebro que regulam as emoções e o comportamento impulsivo e o desequilíbrio nos neurotransmissores também podem estar envolvidos.
Psicoterapia para tratar Borderline
A psicoterapia pode ajudar muito quem sofre com Borderline.
Pense em alguém que enfrenta uma situação de muito estresse no trabalho e começa a desenvolver uma onda de raiva. Com a psicoterapia essa pessoa aprende várias técnicas para reconhecer esses sentimentos e usar métodos específicos para se acalmar, como a respiração profunda.
Manter um diário dos seus pensamentos e sentimentos também é uma excelente maneira de acompanhar seu progresso na psicoterapia.
Dicas Práticas para aproveitar bem a Psicoterapia no tratamento do Borderline
Seja Paciente: Os resultados da psicoterapia não aparecem da noite para o dia. É um processo contínuo e gradual.
Seja Aberto e Honesto: Quanto mais você se abrir e falar sobre seus sentimentos e pensamentos, mais o terapeuta poderá ajudar.
Estudos mostram que a psicoterapia reduz muito os sintomas do Borderline, como a impulsividade e os comportamentos autodestrutivos.
Sessões Online: Com a tecnologia, muitas pessoas agora podem fazer sessões de terapia online, o que pode ser mais conveniente e confortável para alguns. Saiba mais sobre esse assunto aqui.
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